domingo, 6 de abril de 2014

Educomunicação em Santo Antônio da Patrulha

Fui convidado a realizar oficina de educomunicação aos monitores do Progama Mais Educação (PME) da Rede Municipal de Educação de Santo Antônio da Patrulha-RS, dentro das ações de formação do início do ano letivo da cidade. Antes da oficina assisti os relatos do trabalho dos monitores do PME. Registro aqui parte do que assisti.

Na chegada me bateu forte encontrar uma cidade que tem um Qorpo Santo e seu anfiteatro com o nome  Paulo Autran.
 Centro Convenções com o nome

Ao assistir os relatos vi monitores agindo na campo da música - visível verve da cidade da Moenda da Canção - promovendo o humano pelo sentido universal da música. Narração de monitores sobre alunos com avanço em matemática por influência musical. Com incentivo integrador em encontro de escolas associando sede (escola) na cidade e sede (escola) rural que muito copntribuiu com a integração de alunos, entre outras ações educativas;

No campo das oficinas de lutas marciais vi conversão em promover o sujeito, a solidariedade, a integração, a educação do corpo inteiro, a crítica da grande mídia (do mercado), exercício de quebra de hierarquia valorizando a horizontalidade, de maneira que o processo educacional é a forte proposta, etc. A luta sendo assim, se revela essencialmente um jogo pedagógico.
Forte a participação da dança com diversidade de ritmos e culturas em oficinas de danças folclóricas e de salão, de vários países;

Ações educadoras em informática e matemática, associando esta à poesia através do trabalho da autora do livro "Poemas Problemas"¹.
Ao analisar o ânimo dos monitores e a concepção nos relatos percebi que os monitores foram "picados pela mosca" como se diz em teatro. Ouvi elementos do novo paradigma que a educação na perspectiva da educomunicação propõe, portanto, elementos incluídos no cerne do (PME), tais elementos surgiram nos relatos enriquecendo o processo na escola e atalhando trajetos.

Sem ter a pretensão de documentar completamente a produção de divulgação que gerou produção de conhecimento nos relatos e na oficina, intenciono registrar aqui a qualidade do trabalho dos monitores neste processo de fazer avançar a escola no abrir-se para o mundo, para a vida, ação mais do que procedente dentro do que originou o PME.

Com tamanhas referências no campo da cultura musical, Moenda da Canção, e no registro de um teatrólogo que foi também gramático, produziu jornal, editora e muito mais, Qorpo Santo, e de um ator como Paulo Autran nominando espaços de produção de conhecimento, desejamos que também as escolas da cidade, enquanto sistema educacional, possam integrar concepções como coloca Barbero: "proporcionar, tanto às crianças e aos jovens como aos adultos, novos espaços de aprendizagem e exercício da interação social, mediante a potencialização do que hoje as muitas diversas modalidades de leitura e escrita têm expressão criativa dos sujeitos e de conversação entre cidadãos" (Martín-Barbero, Jesús) ²

Finalizando este registro sobre minha passagem por lá, digo que gostaria muito de que fosse realizado um encontro na cidade, que reunisse, a um só tempo e ambiente, relatos de monitores do PME e de professores da Rede. Este cruzamento viria a contribuir sensivelmente na integração de propostas  a alavancar a escola, possibilitaria aos monitores e aos professores conhecerem bem melhor a riqueza e qualidade de seus trabalhos.


1.publicado em 2012 (texto e ilustrações de Renata Bueno, Editora do Brasil, 1º lugar no prêmio Jabuti 2013). 
2. A comunicação na Educação, pág 142; tradutoras: Maria Immacolata Vassalo de Lopes e Dafne Melo. São Paulo: Contexto, 2014,  pág. 142).

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